Título: Breviário de Decomposição
Autor: Emil Cioran
Nascido na Romênia em 1911, Emil Cioran, depois de graduar-se em Filosofia pela Universidade de Bucareste, mudou-se para a França com o objetivo de especializar-se no pensamento de Nietzsche. Jamais concluiu sua tese. Em contrapartida, sua dedicação à escrita e reescrita de sua obra fez com que a crítica o considerasse um dos “maiores prosadores da língua francesa desde Valéry”. A palavra que talvez o defina com maior precisão seja desencanto. Porém, diante da maneira clara e límpida como desenvolve e expõe seu pensamento, nenhuma exatidão significa muito. Comparado a Kierkegaard, Wittgenstein e ao próprio Nietzsche, Cioran muito provavelmente desdenharia dessa tentativa de defini-lo e de enquadrar sua obra dentro de parâmetros estabelecidos. “Um livro que, após haver demolido tudo, não se destrói a si mesmo, exasperou-nos em vão”, diz, em Silogismos da amargura. Seu título mais conhecido continua sendo Breviário de decomposição, publicado na França em 1949. Após ter sido reescrita quatro vezes, a obra recebeu em 1951 o prêmio Rivarol. Cioran morreu em Paris, em 1995. De sua autoria, além dos dois títulos mencionados, a Rocco publicou Exercícios de admiração e História e Utopia.
Recomendo Emil, e justamente para quem não dorme. A companhia de um igual pode trazer de volta o sono, porque nada provoca mais aconchego do que os sentidos atuando na compreensão de uma dor: um olhar, um toque, um tom de voz, umas letras… Há até quem ria diante de suas frases absurdas. É sabido o motivo. Ri quem já sabe que não há o que esperar. Ri quem sabe que não existe outro jeito, inclusive de amadurecer, a não ser rindo. Ri quem vê belezas em rir de si mesmo justamente porque no riso disfarçado de desespero relaxa a carne. Olha aí! “A frivolidade é o antídoto mais eficaz contra o mal de ser o que se é: graças a ela, iludimos o mundo e dissimulamos a inconveniência de nossas profundidades.” Emil Cioran sabe mais de mim do que eu sei de mim mesma, essa é a verdade. Escreveu aquilo que hoje uso para me apresentar ao mundo. Juro! “Nem sempre estou triste, logo não penso sempre.”
Quero dizer também que passo parte da vida a sonhar, a desejar o impossível, a amar desenfreadamente quem carrega, sem se dar conta, par de olhos azuis. Não tenho nem medo de nada poder viver realmente, vias de fato, porque, afinal, vivo de imaginação, e me basta. Não tenho concepção de vida. A não ser, claro, o amor. É no Breviário da Decomposição que consta a mais pura verdade sobre o amor: “Só se pode amar os seres que não ultrapassam o mínimo de vulgaridade indispensável para viver.”
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