O Martelo das Feiticeiras - Heinrich Kramer e James Sprenger

 

Título: O Martelo das Feiticeiras
Autor: Heinrich Kramer e James Sprenger

NOTA: Para entender a Inquisição é necessário ter empatia, ou seja, capacidade de projetar a personalidade de alguém  em  você, e,  "desarmar" o espírito!!. 

Um dos livros mais importantes da cultura ocidental. Escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, O Martelo das Feiticeiras-MALLEUS MALEFICARUM, é a mais importante obra sobre demonologia da história, a temível fonte de inspiração para todos os tratados posteriores. Levou à tortura e à morte mais de 100 mil mulheres sob o pretexto, entre outros, de “copularem com o demônio”. A obra divide-se em três partes: a primeira discursa aos juízes, ensinando-lhes a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. Ela tinha como princípio o preceito bíblico que diz: à feiticeira não deixarás viver. (Ex 22,18). A abertura da obra, focalizando as três condições necessárias para a bruxaria, nos diz: “Se crer em bruxas é tão essencial à fé católica que sustentar obstinadamente opinião há de ter vivo sabor de heresia.”

Em sua origem, a Inquisição foi produto de um mundo brutal, insensível e ignorante. Assim, o que não surpreende, foi ela própria brutal, insensível e ignorante. E não o foi mais do que inúmeras outras instituições da época, espirituais e temporais. Tanto quanto essas outras instituições, faz parte de nossa herança coletiva. Não podemos, portanto, simplesmente repudiá–la e descartá–la. Devemos enfrentá–la, reconhecê–la, tentar compreendê–la em todos os seus excessos e preconceitos, e depois integrá–la numa nova totalidade.
Meramente lavar as mãos em relação a ela equivale a negar alguma coisa em nós mesmos, em nossa evolução e desenvolvimento como civilização uma forma, na verdade, de auto–mutilação. Não podemos ter a presunção de EMITIR JULGAMENTO sobre o PASSADO segundo critérios do que é politicamente CORRETO em NOSSO TEMPO. Se tentarmos fazer isso, descobriremos que todo o passado é culpado.

Então ficaremos apenas com o presente como base para nossas hierarquias de valor; e quaisquer que sejam os valores que abracemos, poucos de nós serão tolos o bastante para louvar o presente como algum tipo de ideal último. Muitos dos piores excessos do passado foram causados por indivíduos que agiam com o que, segundo o conhecimento e moral da ÉPOCA, JULGAVAM as melhores e MAIS DIGNAS das INTENÇÕES. Seria precipitado imaginar como infalíveis nossas próprias intenções dignas.

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